Novos Tempos: Inteligência artificial economiza 50 mil horas de advogados de bancos
Banco de investimento afirma ter economizado 10 milhões de dólares em honorários advocatícios com a tecnologia
Entender trilhões de dólares em empréstimos e outros contratos financeiros atrelados à Libor é um trabalho complexo, caro e demorado.
Gigantes do setor financeiro estão recorrendo à inteligência artificial para simplificar e acelerar o cumprimento de uma exigência regulamentar e poupar os advogados humanos de uma montanha de trabalho extenuante.
O Morgan Stanley calcula que economizou 50.000 horas de trabalho e US$ 10 milhões em honorários usando robôs para executar funções jurídicas da Libor. O Goldman Sachs Group afirma que os algoritmos aceleraram “drasticamente” a tarefa. Esses bancos não estão sozinhos na adoção de IA e a revolução não vai parar com a transição da Libor. Mas o número de contratos envolvidos nesta mudança cria o campo de testes ideal para as máquinas.
‘Exército de advogados’
“Tínhamos um cliente com 15 milhões de questões e todas foram respondidas em um trimestre”, disse Lewis Liu, CEO da Eigen Technologies, que ajudou Goldman Sachs e ING Groep a implementar software de análise da Libor.
“A alternativa teria sido literalmente um exército de advogados e assistentes jurídicos trabalhando durante um ano, talvez dois.Tudo isso está acontecendo porque, uma década atrás, grandes bancos foram flagrados manipulando a Libor (sigla para a taxa oferecida no mercado interbancário de Londres).
Como consequência, essa referência está sendo desativada em todo o sistema financeiro global. Empréstimos originados recentemente e outros produtos não poderão ser vinculados à taxa após 31 de dezembro. A Libor será retirada de produtos legados em dólar depois de junho de 2023.
É aí que entram os robôs. Mesmo com IA, examinar documentos legais para descobrir como mudam quando a Libor é trocada por outra referência de juros sai caro. Grandes bancos globais estão gastando pelo menos US$ 100 milhões na função este ano, segundo a Ernst & Young. E os humanos ainda precisam verificar o trabalho das máquinas e tomar as decisões finais. Quando os bancos descobrem quais contratos precisam ser renegociados, é preciso sentar e pechinchar com a contraparte.
“Uma pessoa tem que olhar os documentos e elaborar uma estratégia”, disse Anne Beaumont, sócia do escritório de advocacia Friedman Kaplan Seiler & Adelman, que vê IA como aprimoramento e não ameaça. “Provavelmente muitos assistentes jurídicos e advogados ficam felizes por não precisarem perder tempo.”
--Com a colaboração de Greg Ritchie e Fergal O'Brien.
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