Deltan Dallagnol peitou os poderosos e agora colhe o resultado de sua coragem e patriotismo.

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Douglas de Souza - 

Quem em  nosso sofrível Brasil,  em  sã consciência,  com uma certa percepção política - e não precisa ser muita - acredita que  o senador Renan Calheiros (MDB-AL) não é corrupto. Pelo que tudo indica, somente o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), é que dá a cara à bater, por ser o fiel avalista e depositário  da boa intenção cívica de Renan Calheiros, de não querer usurpar os cofres públicos.

Pois bem , o bravo e destemido  procurador do Ministério Público do Paraná, Deltan Dallagnol, orgulho nacional, ex-coordenador da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná, foi punido com censura pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), no dia (8/09). A penalidade foi aplicada por ele ter publicado mensagens críticas a Renan Calheiros (MDB-AL) enquanto o político disputava a presidência do Senado Federal, em 2019. Para a felicidade geral da nação e dos cofres públicos o senador foi derrotado no pleito.

Dentro do conselho, a penalidade de censura é a segunda mais grave e atrasa a progressão na carreira. É uma espécie de advertência a um membro do Ministério Público como punição por conduta julgada inadequada. Além da censura, os procuradores do MP podem ser punidos com suspensão, advertência, demissão ou cassação da aposentadoria. 

Dallagnol declarou, no Twitter, durante a eleição para a presidência do Senado, que reformas anticorrupção dificilmente seriam aprovadas caso Renan Calheiros fosse eleito. Além disso, o procurador lembrou que o senador era investigado por corrupção enquanto disputava o comando do Congresso Nacional. 

No Brasil a inversão de valores éticos, onde  o dever de fazer as coisas certas não representa nada e a certeza de levar vantagem em tudo, resulta à  essência da sobrevivência política, espanta até mesmo os políticos mais calejados. Que o diga o ex-presidente e ex-senador , José Sarney. Punir o procurador da República Deltan Dallagnol com censura, deveria ser um crime inafiançável e imprescritível, aplicado ao autor da sentença.

 O Brasil só vai ser passado a limpo com personagens corajosos e destemidos como o procurador da República Deltan Dallagnol. A intenção dos integrantes da ala conservadora e corrupta  desse nosso sofrível Brasil, presente até mesmo no poder judiciário,  é acabar com a Lava-Jato. A Procuradoria Geral da República (PGR) autorizou, na quarta-feira (9), a prorrogação da força-tarefa até 31 de janeiro do ano que vem. O prazo tão curto de continuidade de uma das operações mais confiáveis e acreditadas do nosso país, sentencia para breve o fim da Lava-Jato . Os integrantes da força-tarefa queriam mais um ano de prorrogação. 

Os defensores da Lava Jato classificam a força-tarefa, realizada a partir de Curitiba (PR), como a maior operação da história do país no combate à corrupção. Em seis anos de atuação, a operação já condenou políticos como o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-presidente Lula. A Lava Jato já recuperou R$ 4 bilhões para os cofres públicos. A operação teve 71 fases e viabilizou 159 condenações.

Se o poder judiciário não protege os seus mais expoentes servidores das injustiças  presente nos bastidores da vida pública, o que dirá de nós pobres mortais. Me atrevo aqui dar um conselho ao nobre procurador. Ingresse na vida pública o mais rápido possível. O povo se encarregará, através do voto, de levá-lo ao congresso. Lá, o senhor poderá continuar a servir o Brasil com o patriotismo que lhe é pertinente. 

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